domingo, 23 de março de 2008

Morte, Ressurreição e Santidade


Morte, Ressurreição e Santidade

Texto base: 1 Pedro 1:13-21

13 - Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo.

14 - Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância;

15 - pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento,

16 - porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.

17 - Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação,

18 - sabendo que não foi mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram,

19 - mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo,

20 - conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós

21 - que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus.



A Primeira Carta do Apóstolo Pedro, de onde extraímos o texto acima, foi escrita para os cristãos que estavam na Dispersão, ou seja, longe de Jerusalém, longe de Israel. Eram crentes que haviam fugido das perseguições aos cristãos no início da Igreja ou novos convertidos que haviam sido alcançados pelo Evangelho que naquela época já estava se espalhando pelo mundo. Pedro chama os leitores desta carta de “forasteiros”, no capítulo1, verso 1, e indica que eles estavam sofrendo perseguições (1:6-7; 3:13-17, 4:12-19, 5:8-9).

Pedro lembra aos seus leitores que eles foram regenerados para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo, e para uma herança reservada nos céus (1:3-4). São palavras de encorajamento destinadas a pessoas que enfrentavam dificuldades, palavras de esperança para quem estava no meio de lutas. Por estar escrevendo para forasteiros e perseguidos, a carta tem o objetivo de fortalecer a fé destes crentes.

Mas a carta também tem o objetivo de exortar os crentes a viverem em santidade. Em meio às perseguições os crentes poderiam cair na tentação de terem uma vida mais fácil ao se moldarem às paixões da vida, como as tinham antes do encontro com o Evangelho. O Apóstolo os exorta a serem santos como Deus é santo (1:13-16), porque eles foram resgatados das paixões da vida anterior a conversão através do derramamento do sangue precioso de Jesus (1:18-19), e não por coisas materiais como prata ou ouro. O pagamento pelo seu resgate da vida sem objetivos, vida de pecados, ou como Pedro diz, de “fútil procedimento”, foi a morte de Jesus Cristo, o derramamento de seu sangue como de um cordeiro. O “fútil procedimento” deveria ser substituído por uma vida em santidade, reconhecendo a obra de Cristo através da sua morte e ressurreição.

Nestes dias que comemoramos a Páscoa nós nos lembramos que Jesus foi traído por um de seus discípulos, foi preso, julgado e condenado a carregar sua cruz e nela foi pregado, sofrendo até a morte. Da mesma maneira que o Apóstolo Pedro exortou os leitores de sua carta no passado, nós hoje somos exortados a lembrar de todo o sofrimento de Jesus como o pagamento pela nossa salvação, o nosso resgate do “fútil procedimento”. O Apóstolo também nos exorta a lembrar que a ressurreição de Cristo é a nossa garantia de vida com Deus, já que foi por amor a todos nós que Deus enviou seu filho para morrer em nosso lugar e “o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória” (1:21) , e se hoje podemos aproximarmos de Deus é porque Jesus nos deu acesso através da sua vitória sobre a morte.

Uma vida que busca viver em santidade é conseqüência do reconhecimento da importância do sacrifício e vitória de Jesus. Sua morte e ressurreição devem servir de marcos da transformação de nossas vidas. Todos que compreendem o que Jesus fez e crêem na sua ressurreição têm as suas vidas transformadas. O próprio Apóstolo Pedro é um exemplo da transformação causada pela morte e ressurreição de Jesus. Pedro esteve com Jesus durante todo o seu ministério, ouviu tudo que Jesus ensinava, jurou amar Jesus e quis defendê-lo durante a sua prisão. Mas depois teve medo e negou Jesus por três vezes. Só passou a compreender verdadeiramente a missão de Jesus após entrar no sepulcro vazio (João 20:9) e depois na praia quando Jesus lhe pergunta três vezes se o amava (João 21:1-23). Depois disso, Pedro passou a ser o líder da Igreja que nascia, e por seu amor a Jesus pregou para multidões, enfrentou perseguições, foi preso e também sofreu. Sua vida mudou realmente após a ressurreição do Senhor.

Que a Páscoa também sirva para nós como um momento de encontro verdadeiro com o Salvador Jesus Cristo, um momento de mudança de vida, uma vida de santidade.

AFH

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