domingo, 24 de maio de 2009

IGREJA DO SENHOR JESUS X IGREJA INSTITUIÇÃO: COMO ENTENDER O QUE OS CRISTÃOS CHAMAM DE IGREJA? - Parte I

IGREJA DO SENHOR JESUS X IGREJA INSTITUIÇÃO: COMO ENTENDER O QUE OS CRISTÃOS CHAMAM DE IGREJA?
(parte I)

No Novo Testamento encontramos a palavra “igreja” traduzida da palavra em grego “ekklésia”, que significa “a reunião dos santos chamados para fora”. O teólogo Wayne Grudem afirma que igreja é a comunidade de todos os verdadeiros crentes em todas as épocas, que a igreja é composta de todos os que são verdadeiramente salvos. A igreja do Senhor, portanto, é invisível, porque retrata uma realidade espiritual da comunhão dos santos. William McDonald afirma que a Igreja não é uma organização, mas um organismo. Não é uma mera instituição, mas uma unidade viva. E a comunhão de todos os que nasceram de novo e participam da vida de Cristo e, conseqüentemente, estão unidos uns aos outros pelo Espírito Santo. É uma simples comunhão de pessoas sem caráter de instituição humana.

Por outro lado, a Igreja Romana afirma que não há salvação fora da igreja, observando que somente através da organização visível da igreja é que se pode reconhecer a verdadeira igreja invisível. Em outras palavras, o ensino romano defende que a igreja institucional se confunde com a igreja invisível. Tanto Lutero como Calvino discordaram dessa idéia, asseverando que a Igreja Católica Romana possuía uma forma exterior, uma organização, mas que isso era apenas uma casca. Calvino argumentou que exatamente como Caifás (o sumo sacerdote do tempo de Jesus) descendia de Arão, mas não era um verdadeiro sacerdote, assim os bispos católicos romanos “descendiam” dos apóstolos segundo a linhagem de sucessão, mas não eram verdadeiros bispos da igreja de Cristo, pois haviam se desviado da verdadeira pregação do evangelho. Logo, sua organização visível não era a verdadeira igreja.

Nesse debate, vamos perceber que a igreja invisível é a igreja que Deus vê, sendo edificada por Cristo e que será recebida imaculada por Ele. A igreja visível é a igreja que o homem vê, tanto crentes como descrentes, a qual deve ter o compromisso de retratar o máximo possível à igreja invisível. E neste ponto eu tenho me preocupado. Porque tenho observado que a igreja como organização institucional, com CNPJ, títulos (bispo, apóstolos, reverendos, ministérios e etc), fundações pára-eclesiásticas, departamentos, convenções ou concílios, programas de televisão ou rádio, entre outras características tem desfigurado a igreja genuína. A igreja não reflete mais a verdadeira igreja, na mesma proporção que o evangelho pregado por esta igreja visível (salvando as exceções) nem de longe é o evangelho ensinado nas Escrituras. Nesta igreja existe uma dicotomia entre os que conhecem adequadamente o conteúdo legítimo do evangelho, mas não o praticam; e os que praticam com toda a paixão que o evangelho merece, mas é a prática de um evangelho que não é bíblico, é doente, vazio e muitas vezes herético. Registro esses exemplos de descaracterização do evangelho, por conseguinte da igreja, não deixando de lado os muitos aproveitadores que fazem da igreja um comércio sujo, pior do que aqueles que foram chicoteados por Jesus, porque estes faziam em seu próprio nome; mas os aproveitadores de hoje o fazem em nome de Deus, com todo um respaldo de uma teologia distorcida e oportunista.

Esta preocupação faz coro com outras vozes cristãs que têm expressado a mesma insatisfação com o que se tornou a igreja visível. José Barbosa Júnior, editor do site www.crerepensar.com.br afirma: “...Mas, me preocupo com outras magias. Aquelas que são feitas em nome de Deus e de Jesus, sob a “autoridade” do Espírito Santo. Falo da “eterna magia” do evangelho fácil da prosperidade, da “eterna magia” do evangelho pagão de Neuza Itioka e cia., da “eterna magia” louca e desvairada do paipóstolo Terranova, da “eterna magia” dos Hernandes que enganam o povo ingênuo (alguns nem tanto) da Renascer, fazendo-os tomarem a espada pelos seus erros, corrompendo um povo que deveria, a princípio, buscar o seu prazer na verdade”. Caio Fábio, de forma contundente também afirma o seguinte: “...O ‘Cristianismo’, no entanto, historicamente, desfigurou Jesus de tal modo que Ele se tornou desprezível em muitos lugares, e não é por maldade humana, mas apenas pela impossibilidade de aceitar o estupro do pacote ‘cristão sem o espírito de Jesus’. Desse modo, historicamente, até hoje, o pior inimigo de Jesus e do Evangelho na Terra foi o ‘Cristianismo’.”

Pr. Celso Falleiro

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