quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

RESPOSTA AO COMENTÁRIO SOBRE A PL 122/06

RESPOSTA AO COMENTÁRIO SOBRE A PL 122/06

Este post é uma resposta ao comentário deixado no post "Projeto de Lei 122/2006. Qual sua posição ?"


Cara Daiane Serafin,

Ficamos felizes por você acessar o nosso blog. Desejamos que o conteúdo deste blog abençoe sua vida, e agradecemos a sua participação expressando a sua opinião com relação ao projeto de lei 122/06.

Sobre o seu comentário, diferentemente do que você acredita, temos sim, resposta, e estamos postando somente agora por absoluta falta de tempo. Vale ressaltar que estamos respondendo ao seu comentário porque acreditamos que você não nos tenha compreendido, tendo em vista alguns argumentos equivocados usados por você.

Inicialmente, quero dizer que você nos faz algumas acusações injustas e infundadas. Nunca pregamos o ódio, e não percebo na pastoral nada que possa ter dado esta compreensão. Também não podemos aceitar a acusação de que não amamos o ser humano. Muito pelo contrário, nós pregamos o amor e tentamos dia-a-dia viver o que pregamos, e são testemunhas disto as pessoas que têm contato conosco independentemente de serem evangélicos, homossexuais ou heterossexuais. Mesmo porque temos contato com pessoas homossexuais que freqüentaram nossa igreja e são amadas pela igreja, sem que haja a concordância com a prática homossexual. A pessoa é respeitada, mas o pecado é condenado pela própria Escritura Sagrada e também por nós, que enfatizamos essa verdade inclusive em pregações aos domingos.

Outro ponto que deve ser reiterado é que somos contrários à homofobia. Em nenhum momento apoiamos a prática homofóbica, e acredito que a pastoral também não tem nenhum ponto que possa dar esta percepção de apoio a homofobia. O que afirmamos e repetimos é que o projeto de lei não trata da proteção de homossexuais contra a homofobia, mas, na realidade, da imposição de vontades homossexuais em detrimento de direitos garantidos pela constituição brasileira a qualquer cidadão. Por conseguinte nos cabe perguntar: Avocar a garantia de direitos constitucionais é falta de amor? Você realmente leu o projeto de lei?

Sobre os seus cinco pontos, passo a respondê-los a seguir:

1º. De fato nós não achamos na Bíblia nenhuma passagem em que Jesus diga que amor é pecado. Mas o que isto tem haver com a pastoral? Quando defendemos o direito de expressar um princípio bíblico, de que a prática homossexual é pecado, não estamos odiando o ser humano. Ou será que quando seus filhos são ensinados a não adorar a outro Deus que não o Senhor, não mentir, não roubar, matar ou cobiçar a mulher do próximo, porque são práticas pecaminosas segundo a Bíblia, você não continuará amando-os se porventura eles praticarem tais coisas? A não ser que a argumentação sobre amor não seja sobre nós em relação a qualquer pessoa, inclusive aos homossexuais, mas do amor que os homossexuais dizem ter entre eles. Neste caso, encontramos sim Jesus condenando o que eles chamam de relação homoerótica (é como eles se autodenominam no PL 122) e dizem que é amor, em Mt 19:4-5: "Não tendes lido que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e que disse: Por esta causa deixará o homem pai e mãe e se unirá a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne?".

2º. É muito comum na mídia veicularem matérias ou entrevista citando que o homossexualismo advém de causas genéticas e, portanto, não há opção quanto à sexualidade de um indivíduo. Levando-se em consideração que não há nenhuma prova científica disto (o que se tem são apenas teorias divulgadas como teses comprovadas), entendemos que há uma campanha para a aceitação de tal argumento, de que o homossexual não tem opção, baseada em supostas comprovações científicas, que formam um inconsciente coletivo de que se a ciência comprova tal argumento, logo, não tem o que se contestar.

Ao contrário, acreditamos que a humanidade está decaída e depravada por causa do pecado. A sua igreja, se de fato é presbiteriana, também deve ensinar isso, tendo em vista que é um ponto básico do calvinismo, e conseqüentemente espera-se que seus membros acreditem também assim ao realizarem a pública profissão de fé. Neste prisma, entendemos que o desejo homossexual, não é diferente de qualquer outro desejo da carne que leva a uma prática pecaminosa. Em Rm 1 o apóstolo Paulo nos ensina que as práticas pecaminosas da humanidade, inclusive da prática homossexual, decorre da escolha do ser humano. Porquanto não o glorificaram como Deus...seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu; mudaram a glória do Deus incorruptível...Deus os entregou às concupiscências de seus corações; mudaram a verdade de Deus...Deus os entregou às paixões infames; não se importaram de ter o conhecimento de Deus...Deus os entregou a um sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm. Portanto, a homossexualidade, assim como qualquer prática pecaminosa segundo a Bíblia, é um estado pecaminoso conseqüente da queda do estado original da humanidade de santidade para um estado pecaminoso, o qual pode ser restaurado pela ação de Deus através de Jesus Cristo na vida de qualquer pessoa. Então, baseado neste argumento, que é pautado na Escritura Sagrada, por que seriam mentirosos os que dizem ser “curados”? Não é o Criador o único capaz de mudar a natureza do ser criado? E se Deus faz isso, por que seria mentiroso quem testemunha a ação de Deus em sua vida?

3º. O que seria uma relação hétero sem luxúria? Seria uma relação de amor entre um homem e uma mulher, dentro de um casamento, com uma prática sexual como decorrência deste amor dentro dos padrões bíblicos. Ou uma relação de amor fraterno entre um homem com outro homem, de uma mulher com outra mulher ou de um homem com uma mulher, sem relacionamento sexual ou erotismo nesta relação, inclusive nos desejos ou pensamentos como Jesus nos ensina no sermão da montanha, ou como no exemplo de relacionamento de Davi com Jônatas. Logo, acredito que não existe qualquer possibilidade de haver um relacionamento homossexual sem luxúria, que possa ser comparado a um relacionamento heterossexual sem luxúria, tendo em vista que se não há a erotização no relacionamento entre um homem com um homem ou de uma mulher com outra mulher, então é um relacionamento homossexual, mas um relacionamento fraterno heterossexual. Mas os próprios homossexuais se autodenominam homoeróticos, logo, mesmo não sendo um relacionamento com luxúria, torna-se um relacionamento baseado em amor, mas não aceito por Deus, não por causa do amor, mas por causa da erotização deste amor entre pessoas do mesmo sexo, que para Deus, segundo as Escrituras e já citado acima, só é válido para sexos opostos dentro de um casamento.

4º. Jesus não condenou a prostituta que foi apresentada a ele para ser apedrejada: “Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.” (Jo 8.10.11). Contudo, é explícito que ela não deveria continuar na prática do adultério, que é condenada por Deus. Jesus não condenou zaqueu pelos possíveis desfalques ao dinheiro alheio, pelo contrário ofereceu-se para comer em sua casa; por outro lado, o impeliu indiretamente, através da verdade e justiça do evangelho do Reino, a restituir a quem tivesse defraudado.

De fato, não encontramos registros de Jesus condenando um homossexual, mas certamente não apoiava a prática homossexual, assim como nos exemplos acima. O apóstolo Paulo nos deixa esta verdade muito clara ao afirmar inspirado pelo Espírito Santo: “Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza, semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro”.(Rm 1.26-27)

5º. Essa lei não pune somente aqueles que discriminam, humilham, agridem ou cometem atos incitando a violência, mas além destes, inclui pessoas de bem, amantes da paz, que respeitam e amam o próximo, as quais porventura discordarem da prática homoerótica e expressarem pacificamente esta posição. Essa lei inclui toda a sociedade, e prevê punição a qualquer cidadão que ousar pensar diferente e expressar isso. Mais uma vez nos indagamos se você realmente leu a PL 122/06. Porque se o projeto de lei fosse somente contra a homofobia, acredito que todo cristão apoiaria o projeto, tendo em vista que o respeito ao semelhante e o amor ao próximo são princípios ensinados por Jesus.

Outro equívoco é confundir a prática homoerótica com amor. Você defende que amar não é pecado, mas associa amor à homossexualidade. De fato vamos continuar dizendo que é pecado, mas não por ignorância ou por insanidade da nossa parte, mas porque a Bíblia assim afirma, e em última instância, sendo Deus o inspirador das Escrituras Sagradas, dizemos que é pecado porque Deus é quem assim determinou e disse. A Bíblia de fato não afirma que amor é pecado, de fato afirma que luxúria é pecado, mas também afirma que homossexualismo é pecado. Onde? Aproveitando as referências bíblicas citadas pelo Rev. Augustus Nicodemus Lopes no artigo "Pastores evangélicos" homossexuais irão se "casar" no Rio?!”, postado no blog “O tempora, o mores!”, reproduzo algumas passagens da Bíblia que condenam o homossexualismo.

É abominação um homem abusar de outro homem, Gn 19.5; Jz 19.22.
Também, deitar-se com homem como se fosse mulher, Lv 18.22.
Condena-se homem deitar-se com homem, Lv 20.13.
Proibe-se um filho de Israel prostituir-se no serviço do templo, Dt 23.17
Homem não pode parecer-se com mulher e vice-versa, Dt 22.5.
Denunciados prostitutos-cultuais ou sodomitas, 1Re 14.24; 15.12; 22.46; Jó 36.14.
Paixões homoeróticas chamadas de paixões infames, Rm 1.26.
Lesbianismo visto como mudar o modo natural das relações íntimas, Rm 1.26.
Relações homoeróticas são consideradas como um modo contrário à natureza, Rm 1.26.
São consideradas uma inflamação mútua na sensualidade, Rm 1.27.
Também, torpeza e erro, Rm 1.27.
Sodomitas estão na lista de pecados, 1Tm 1.10, 1Co 6.9 (arsenokoites)
Efeminados da mesma forma, 1Co 6.9 (malakoi).

Ainda que você não queira aceitar que a prática homoerótica é considerada na Bíblia como pecado, você não pode mais dizer que a Bíblia não fala nada sobre isso. Mas você já deveria saber disso, se você de fato é da Igreja Presbiteriana, tendo em vista que não existe na IPB nenhuma Igreja Presbiteriana de São Paulo, e nos parece que na IPI, na IPU ou na IP conservadora, também não, salvo algum engano. Talvez seja uma igreja independente.

Deus a abençoe!

Rev. Celso Falleiro

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