IGREJA, LUGAR DE DÚVIDAS E CRISE
(Jo 20.19-28)
Manifestamos uma aversão desumana com as pessoas que vivem crise e passam por dúvidas. Gostamos que as pessoas que se aproximam de nós estejam bem. Convivemos melhor quando os que nos cercam demonstram segurança no que falam e vivem, mesmo que esta segurança seja enganosa.
Nas nossas comunidades não é diferente. Temos a tendência de sermos pessoas comprometidas com a verdade, mesmo que essa verdade não resista aos nossos próprios questionamentos ou às questões levantadas pelas ciências do nosso tempo.
Normalmente as comunidades protestantes encaram a dúvida (não importa sobre o quê) como algo satânico, proveniente do reino das trevas.
Esta concepção sobre a dúvida está tão entranhada em nós que qualquer questionamento que surja na mente do indivíduo, faz com que ele se sinta culpado e termine numa imensa condenação de si mesmo. A dúvida é uma reação própria do homem. Geralmente é acompanhada de uma crise. No caso dos cristãos, isto acontece porque ficamos espremidos entre a verdade socializada pela sociedade, pela família, pela denominação, etc, e os nossos questionamentos interiores sobre esta verdade. Essa pressão provoca em nós um conflito que se acentua à medida que não encontramos respostas satisfatórias nem em nós mesmos e muito menos na comunidade que nos cerca.
Jesus não foi severo com Tomé por causa de suas dúvidas. Apesar de seu ceticismo, Tomé ainda foi leal aos seus irmãos crentes e ao Senhor Jesus. Algumas pessoas precisam duvidar antes de crer. Se a dúvida levar a perguntas, e estas levarem a respostas aceitáveis, então a dúvida fez um bom trabalho. Mas quando esta se constitui em teimosia e se torna um estilo de vida, a dúvida prejudica a fé. Se você duvidar, não pare aí. Permita que sua dúvida aprofunde a sua fé à medida que você continua a buscar respostas.
Rev. Oséas Barreto Velasco
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