domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Ceia do Senhor

A Ceia do Senhor

“Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isso em memória de mim”. 1 Co. 11:24b

Entre os israelitas, assim como entre os gentios, os sacrifícios muitas vezes eram acompanhados de refeições sacrificiais. Isto era um traço particularmente característico das ofertas pacíficas. Destes sacrifícios, somente a gordura ligada às entranhas era consumida no altar; o peito movido era dado aos sacerdotes, e a coxa da oferta alçada ao sacerdote oficiante (Lv. 7:28-34), enquanto o restante constituía uma refeição sacrificial para o ofertante e seus amigos, desde que estivessem leviticamente limpos (Lv. 7:19-21; Dt. 12:7-12). De maneira simbólica, estas refeições ensinavam que “justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm. 5:1). Expressavam o fato de que, com base no sacrifício oferecido e aceito, Deus recebia seu povo como hóspedes em sua casa e se unia a eles em jubilosa comunhão, a vida comunitária da aliança.

Era proibido a Israel tomar parte nas refeições dos gentios, exatamente porque isso expressaria sua lealdade a outros deuses (Ex. 34:15; Nm 25:3; Sl 106:28). As refeições sacrificiais, que atestavam a união de Jeová com seu povo, eram ocasiões de júbilo e alegria, e, nesta qualidade, às vezes sofriam abusos e davam lugar a orgia e bebedeira (1 Sm 1:13; Pv 7:14; Is 15:8). O sacrifício da Páscoa também se fazia acompanhar de semelhante refeição sacrifícial. A Páscoa era um sacrifício de expiação (Ex. 12:27; 34:25). Não somente se lhe chamava sacrifício, mas também, no período mosaico, estava relacionado ao santuário (Dt. 16:2). O cordeiro era imolado pelos sacerdotes (2 Cr. 30:16; Ed 6:19). Mas, embora fosse antes de tudo sacrifício, não era somente isso; era ta,bem uma refeição, na qual o cordeiro assado era comido com pães asmos, isto é, não levedados, e com ervas amargas (Ex. 12:8-10).

O Novo Testamento atribui à páscoa uma significação típica (1 Co. 5:7) e, assim, vê nela não somente uma rememoração da libertação do Egito, mas também um sinal e selo da lilbertação da escravidão, bem como da comunhão com Deus no Messias Prometido. Foi em conexão com a refeição pascal que Jesus instituiu a Ceia do Senhor. Utilizando elementos presentes naquelas, ele efetuou uma transição muito natural para esta. Consideremos o testemunho relevante do Apóstolo Paulo sobre a instituição da Santa Ceia, conforme 1 Cor 11:3-26.

Rev. Oséas Barreto Velasco

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